Reabilitação Física,
Cognitiva e Psicológica

Estilo de Vida e Atividade Física

Estilo de Vida tem sido comumente definido como um conjunto de hábitos e costumes que podem ser influenciados, modificados, encorajados ou inibidos ao longo da vida1,2. Esses hábitos incluem a prática de atividade física, alimentação, repouso, gerenciamento do estresse e consumo de álcool e tabaco, por exemplo.

Um Estilo de Vida não saudável mantido por um período prolongado pode trazer grandes prejuízos à saúde, criando condições para o desenvolvimento de muitas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). As principais DCNT, doenças responsáveis pela grande maioria das mortes no mundo, incluem as doenças do aparelho circulatório, os cânceres, as doenças do aparelho respiratório e as doenças metabólicas, endócrinas e nutricionais3.

Esses hábitos e comportamentos relacionados a um Estilo de Vida saudável são formados ao longo da vida, desde a infância. As práticas da família são apontadas como uma das principais responsáveis por determinar os hábitos de vida, e por essa razão elas desempenham papel importante na promoção da saúde4,5.

Crianças e adolescentes cujos pais são fisicamente ativos têm maior probabilidade de se tornarem adultos ativos do que seus pares cujos pais não praticam atividade física no tempo livre6.

Nas últimas décadas, as crianças vêm se tornando menos ativas, um efeito colateral dos avanços tecnológicos. Uma relação positiva entre a inatividade (tempo gasto assistindo televisão, no computador ou celular, por exemplo), e o aumento da quantidade de gordura corporal vem sendo observada. Por outro lado, a prática atividade física regular exerce efeito oposto: diminui o risco de obesidade e contribui para a preservação da massa magra em detrimento do tecido adiposo7.

“Sabe-se que a prática regular de atividade física aliada a uma alimentação saudável é também um grande fator de prevenção e tratamento das DCNTs, e que o sedentarismo representa um importante fator de risco para o desenvolvimento deste tipo de doenças8.”

Em que pesem todas essas informações, mais da metade da população brasileira é sedentária. As principais barreiras para a adoção de um estilo de vida ativo relacionam-se aos locais apropriados à prática, à poluição do ar e à disponibilidade de equipamentos9. Cada espaço público de lazer a mais num raio de 1km está associado a uma chance 3% maior de as pessoas manterem-se ativas. Esse aumento passa para 5% se os espaços possuírem um ou mais equipamentos destinados à prática de atividade física10.

A enorme diversidade de práticas corporais existentes faz com que diversas opções de exercício estejam disponíveis para todos os gostos, bolsos e disponibilidades de tempo.

“Escolha uma atividade física que te dê prazer, procure orientação profissional e seja ativo! Você agregará benefícios à sua saúde e à da sua família.”
Professora Dra. Natália Cristina de oliveira vargas e silva

Referencias Bibliográficas

1. Porto EF, Kümpel C, Souza AC, Oliveira IM, Bernardo KMA, Castro AAM. Estilo de vida e suas relações com hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus. Revista Interdisciplinar de Estudos em Saúde 2018; 7(1): 361-373.
2. Miranda MKV, Porto EF, Souza AC. Influência do estilo de vida e qualidade de vida nos exames de sangue. Temas em Saúde 2018; 18(1): 143-170.
3. Bloom, DE; Chen S.; McGovern ME. The economic burden of noncommunicable diseases and mental health conditions: results for Costa Rica, Jamaica, and Peru. Revista Panamericana de Salud Publica 2018; 42: 1-8.
4. Guedes C, Gaya A. Estudo associativo do nível sócio econômico com os hábitos de vida, indicadores de crescimento e aptidão física relacionados à saúde. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2002.
5. Bandura A. Health Promotion by Social Cognitive Means. Health Education & Behavior 2004; 31(2): 143-164.
6. Loch MR, Porpeta RH, Brunetto BC. Relação entre a prática de atividade física no lazer dos pais e a dos filhos. Revista Brasileira de Ciências do Esporte 2015; 37(1): 29-34.
7. Rippe JM, Hess S. The role of physical activity in the prevention and management of obesity. Journal of the American Dietetic Association 1998; 4: 31-8.
8. Panatto C, Kühl AM, Vieira DG, Bennemann GD, Melhem ARF, Queiroga MR, Carvalhaes MFM. Efeitos da prática de atividade física e acompanhamento nutricional para adultos: um estudo caso-controle. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento 2019; 13 (78): 329-336.
9. Silva IJO, Alexandre MG, Ravagnani FCP, Silva JVP, Coelho-Ravagnani CF. Atividade física: espaços e condições ambientais para sua prática em uma capital brasileira. Revista Brasileira de Ciência e Movimento 2014; 22(3): 53-62.
10. Hino AAF, Rech CR, Gonçalves PB, Reis RS. Acessibilidade a espaços públicos de lazer e atividade física em adultos de Curitiba, Paraná, Brasil. Cadernos de Saúde Pública 2019; 35(12): e00020719.

Sobre o Autor

Natália Cristina de Oliveira Vargas e Silva
Mestre e Doutora especialista em Fisiologia do Exercício. Professora e pesquisadora, especialmente quanto ao estudo das relações entre saúde e aspectos do estilo de vida em populações especiais (idosos e pessoas com doenças crônica) com especial atenção aos ODS 3 e11.
CREF 4018-G SP
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