Reabilitação Física,
Cognitiva e Psicológica

Fibromialgia: a minha dor

A fibromialgia (FM) é descrita como uma síndrome reumática, não inflamatória de etiologia desconhecida. É caracterizada por apresentar dores crônicas generalizadas e difusas na musculatura esquelética em pontos específicos, chamados de tender points (PROVENZA, 2004).

Não é possível fazer o diagnóstico por meio de exames laboratoriais ou exames de imagem, por isso é tão difícil identificar e aceitar a doença (CHENG et al, 2018).

É uma dor que não pode ser apreendida a não ser pelo discurso do paciente e este, com seu “drama”, cala profissionais e denuncia a impotência da equipe de curar de imediato seu desconforto físico.

A ânsia dos profissionais de saúde em ajudar, ou a primazia do preciso resolver, fez com que chamasse a atenção dos pesquisadores em compreender algo que apesar de mais claro hoje, só pode ser entendido a partir da história de vida de cada paciente, pois o diagnóstico é clínico, não há exame que o comprove.

“A dor do paciente em outra dimensão, evidencia a impotência do profissional de saúde quando a cura não parecia viável em seu trabalho singular, sendo necessário trabalhar com a idéia de reabilitação multidisciplinar para obter resultado satisfatório no processo de tratamento.”
Psicóloga Camila Morassi

Adotar as contribuições científicas como verdades absolutas implica a negar a legitimidade e autoria da experiência de sofrimento de cada pessoa, a dor é um sintoma individual e subjetivo que só pode ser compartilhado a partir do relato de quem a sente (CAILLIET, 1999).

Acreditar na queixa do doente e reconhecer o efeito devastador que a dor pode ter sobre este e sua família são pontos fundamentais, não somente para avaliar o quadro álgico, mas também para o manejo adequado (CAUDILL, 1998)

Esta síndrome dolorosa não é um evento único, ela esta atrelada a eventos internos (humor, recursos de enfrentamento e/ou traços de personalidade) externos (aspectos familiares, ambientais e sociais).

fibromialgia dor tratamento diagnóstico terapia“A dor que eu sinto e ninguém vê
A dor que eu sinto e ninguém compreende
A dor que eu sinto e ninguém acredita
A minha dor”
Psicóloga Camila Morassi

Precisamos compreender, ressignificar, escutar e acolher o sofrimento do outro em todos os aspectos, para que como equipe multidisciplinar possamos desenvolver o melhor plano terapêutico.

 

 

Referências bibliográficas:

1. Cailliet R. Dor: mecanismos e tratamento. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
2. Caudill M. Controle a dor antes que ela assuma o controle: um programa clinicamente comprovado. São Paulo: Summus, 1998.
3. CHENG, Christina Wh et al. Fibromyalgia: is it a neuropathic pain?. Pain Management, [s.l.], v. 8, n. 5, p.377-388, set. 2018. Future Medicine Ltd. http://dx.doi.org/10.2217/pmt-2018-0024. 5.
4. PROVENZA, José Roberto et al. Fibromialgia. Revista brasileira de reumatologia, v. 44, n. 6, p. 443-449, 2004.
5. DOR, Comissão de. Fibromialgia: Definição, Sintomas e Porque Acontece. Sociedade Brasileira de Reumatologia, 2011. Disponível em: http://www.reumatologia.org.br/orientacoes-ao-paciente/fibromialgia-definicao-sintomas-e-porque-acontece/ . Acesso em 01/07/2020

Sobre o Autor

Camila Morassi
Psicóloga especialista em Neuropsicologia, Psicologia hospitalar e Terapia Cognitivo Comportamental.
CRP 06/74675
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